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MINICURSOS | APROVADOS

MC1: Cinema e História Indígena em sala de aula

 

Ementa:

Este minicurso propõe debater formas de utilização de documentos audiovisuais produzidos por realizadores indígenas em sala de aula, por meio de uma proposta de encaminhamento interdisciplinar. Tendo em vista a lei 11.645 de 2008, que procura incluir “no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática ‘História e cultura afro-brasileira e indígena’”, propomos com o minicurso apresentar e dialogar com as possibilidades de atender os pressupostos da legislação. Nos últimos anos, tem crescido o número de realizadores indígenas no Brasil, o que é possível verificar pela quantidade de filmes existentes, resultado de projetos desenvolvidos entre os indígenas, tais como o projeto Vídeo nas Aldeias e o Catitu, além do aparecimento de inúmeros coletivos de cinema indígena, tais como o Coletivo Mbya-Guarani de Cinema, Xapono - Núcleo Audiovisual Yanomami e a  Associação Cultural dos Realizadores Indígenas - ASCURI. Sendo que este crescimento é decorrente de três conjunturas: política, epistêmica e tecnológica. Tendo em vista, portanto, a existência e disponibilidade deste material, vemos como necessário nos voltarmos para os filmes produzidos por realizadores indígenas e pensarmos possibilidades de integrá-lo ao currículo escolar de forma interdisciplinar.

 

Referências Bibliográficas:

ARAÚJO, Ana. C. Z. Vídeo nas aldeias 25 anos: 1986-2011. Olinda, Vídeo nas Aldeias, 2011. Disponível em:

 <https://issuu.com/videonasaldeias/docs/pdf_livro_baixa_28-20-2011_inteiro>.  Acesso em: 03 mar. 2019.

ARAÚJO, Juliano José de. Cineastas Indígenas, documentário e autoetnografia: um estudo do projeto Vídeo nas Aldeias. 2015. 270f. Tese (Doutorado em Multimeios), Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2015.

DELGADO, Paulo Sergio. Consolidação do movimento indígena contemporâneo e produção audiovisual como uma nova forma de resistência. In: Povos indígenas no Brasil: perspectivas no fortalecimento de lutas e combate ao preconceito por meio do audiovisual. (Orgs.) DELGADO, Paulo Sergio; JESUS, Naine Terena de. Curitiba, Brazil Publishing, 2018.

GALACHE, Gilmar. KOXUNAKOTI ITUKEOVO YOKO KIXOVOKU – Fortalecimento do jeito de ser Terena: o audiovisual com autonomia. 2017. 123f. Dissertação (Mestrado em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais) – Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília, Brasília, 2007.

SERBER, Luiza de Paula Souza. Regimes de produção e circulação imagética no Território Indígena do Xingu. 2018. 168f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2018.

 

Coordenadores:

Maria Claudia Gorges – Doutoranda em Tecnologia e Sociedade (UTFPR)

Marcio Marchioro – Mestre em História (UFPR)

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MC2: Reflexões sobre a historicidade da ciência: relações entre concepções teóricas e análise de fontes documentais

 

Ementa:

Este minicurso tem como objetivo oferecer um panorama acerca do tratamento do conhecimento científico como objeto da história. Nesse sentido, a proposta pretende abordar as concepções de Thomas Kuhn e Paul Feyerabend sobre a historicidade das práticas e produtos do campo científico. Ambos os autores percebem a ciência como um fenômeno social e cultural, portanto, dotado de uma historicidade própria, mas discordam profundamente da relação entre a história e a aquisição do conhecimento considerado científico. O minicurso é divido em três módulos. No primeiro, será discutida a historiografia sobre a história da ciência e suas relações com os demais campos da história. A história da ciência enquanto disciplina se estruturou a partir do século XIX, se desenvolveu intensamente no século XX e atualmente, enfrenta ovos desafios éticos e políticos. No segundo, as concepções teóricas de Thomas Kuhn e Paul Feyerabend serão apresentadas e discutidas. No terceiro, se buscará aplicar tais concepções a partir de um estudo de caso: as descobertas, debates e formulações científicas sobre as mudanças climáticas decorrentes do aumento na emissão dos gases do efeito estufa (GEE). Com isso, procura-se elucidar a maneira pela qual a perspectiva teórica escolhida é capaz de influenciar diretamente a escolha e o tratamento das fontes documentais oriundas do campo científico.

 

Referências Bibliográficas:

ANGUS, Ian. “Facing the Anthropocene: Fossil Capitalism and the Crisis of the Earth System” in. New York: Monthly Review Press, 2016, p. 231-232.

CARNAP, R; HAHN H; NEURATH, O. “A concepção científica do mundo – o Círculo de Viena” Trad. De Fernando Pio de A. Fleck, in. Cadernos de História e Filosolia da Ciência 10 ( 1986), p. 5-20

CHAKRABARTY, Dipesh. “O clima da História: quatro teses”. In. Sopro: panfleto político-cultural. n. 91, p. 2-22, julh. 2013.

Climate Change: The IPCC Scientific Assessment, ed. J. T. Houghton, G. J. Jenkins, J. J. Ephraums [1990], Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1991

CRUTZEN, Paul. J. “Geology of Mankind” in. Nature, v. 415, n. 6867, p. 23-23, jan. 2001. DOI 10.1038/415023

FA-TI, Fan. “The Global Turn in the History of Science” in. East Asian Science, Tecnology and Society, n. 2, jan. 2012, p. 249-258

FEYERABEND, P. Contra o método. Trad. Cezar Augusto Mortari. São Paulo: Editora Unesp, 2011

GRÉGORY, Quenet. “L’Antropocène et le temps de historiens”. In Annales. Histoire, Sciences Sociales, 2017/2 (72 année), p. 267-299

KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. Trad. Beatriz V. Boeira e Nelson Boeira. 13. Ed. São Paulo: Perspectiva, 2017

KUHN, T. A função do dogma na investigação científica. BARRA, Eduardo S. O. (org). Trad. Jorge Dias de Deus. Curitiba: UFPR. SCHLA, 2012

LATOUR, Bruno. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. Trad. Ivone C. Benedetti. São Paulo: Ed. Unesp. 2011.

POPPER, Karl. A lógica da pesquisa científica. Trad. Leonidas Hegenberg, São Paulo: Cultrix, 2013

 

 

Coordenadora:

Alice Fernandes Freyesleben – Doutoranda em História (UFPR)

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MC3: A música popular como fonte/objeto de pesquisa do historiador: a MPB e o Novo Cancioneiro da Argentina na música engajada na década de 1960

 

Ementa:

O objetivo deste minicurso é proporcionar reflexões teórico-metodológicas sobre a música popular enquanto documento histórico, utilizando-se como recorte a simbiose entre música e política na década de 1960. No tratamento da fonte sonora, José Geraldo Vinci de Moraes defende que se faça uma análise interna e outra externa ao documento, consistindo a primeira na verificação das linguagens poética e musical conjuntamente e a segunda na observação sobre o contexto histórico, centrando-se nas relações do documento e de se(us) produtor(es) com seu tempo e espaço, atentando, também, para o processo social de criação, produção, circulação e recepção da música popular. Enquanto a linguagem poética diz respeito à letra da canção popular, e todas as características linguísticas, a linguagem musical preocupa-se com a linha melódica e o ritmo, centrando-se nas melodias principais, motivos, andamentos, ritmos e harmonizações. Marcos Napolitano também destaca tais aspectos metodológicos para o uso da música como fonte de análise do historiador, os parâmetros poéticos e os musicais, assim como as relações que se estabelecem entre estes e a análise contextual da canção (criação, produção e circulação). Apontando a canção como um fenômeno complexo, no qual texto, música e performance se afetam mutuamente, Ruth Finegan chama a atenção para a percepção do caráter processual e aberto da obra musical. Nesta perspectiva ganham destaque os artistas, suas práticas, recursos, emoções mobilizadas e diferentes contextos de produção. O minicurso buscará explorar tais encaminhamentos teórico-metodológicos através da apresentação e comparação de duas perspectivas de música engajada da década de 1960, a MPB e o Novo Cancioneiro da Argentina, fazendo uso de slides e da seleção de algumas músicas de cada movimento musical.

 

Referências Bibliográficas:

CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre incertezas e inquietudes. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRS, 2002.

FINEGAN, Ruth. “O que veio primeiro: o texto, a música ou a performance.” In: MATOS; TRAVASSOS; MEDEIROS. Palavra Cantada: ensaios sobre poesia, música e voz. Rio de Janeiro: Letras, 2008, p.21-24.

FRITH, Simon. “Música y identidad.” In: HALL, Stuart; DU GAY, Paul (Comps.). Cuestiones de identidad Cultural. Buenos Aires: Amorrortu, 2003, p.181-213.

FRITH, Simon. “Hacia una estética de la música popular”. In: CRUCES, Francisco y outros (eds.). Las culturas musicales. Lecturas en etnomusicología. Madrid: Ed. Trotta, 2001, 413-435.

MORAES, José Geraldo Vinci de. “História e música: canção popular e conhecimento histórico.” Revista Brasileira de História, São Paulo, v.20, n.39, 2000, p.203-221.

NAPOLITANO, Marcos. Históra & Música. História cultural da música popular. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

PARANHOS, Adalberto. “A música popular e a dança dos sentidos: distintas faces do mesmo.” In: Revista ArtCultura. Uberlândia: UDUFU, 2004.

VILA, Pablo. “Identidades narrativas y música. Una primera propuesta para entender sus relaciones.” Revista Transcultural de Música (2) 1996. Disponível em: https://www.sibetrans.com/trans/articulo/288/identidades-narrativas-y-musica-una-primera-propuesta-para-entender-sus-relaciones, acesso em 10/07/2019.

ZUMTHOR, Paul. Performance, Recepção e Leitura. São Paulo: Educ, 1997.

 

Coordenadora:

Andrea Beatriz Wozniak Giménez – Doutora em História (UNESP)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ST 15: História da Historiografia: métodos, abordagens e possibilidades

 

Ementa:

Nas últimas décadas, o campo de estudos conhecido como História da Historiografia vem se fortalecendo e se consolidando no Brasil. Com novas revistas, sociedades e instituições, diversas pesquisas estão sendo realizadas nessa área tão polissêmica da História. Com isso, nosso simpósio pretende agregar os mais diferentes trabalhos que discorrem acerca da produção e da circulação dos saberes históricos e do fazer histórico. Além desses, pesquisas que versem sobre as regras, os conceitos, as abordagens, as fontes e outros enfoques do campo da História da Historiografia e da Teoria da História - campos de pesquisa que se interseccionam em diversos momentos - também são contemplados.

 

Referências Bibliográficas:

ARAUJO, V. L. Sobre o lugar da história da historiografia como disciplina autônoma. Juiz de Fora. Locus, v. 12, p. 79-94, 2006.

_____. História da Historiografia como analítica da historicidade. Ouro Preto. Revista de História da Historiografia, nº12, agosto, p.34-44, 2013.

BENTIVOGLIO, Júlio. Historiografia e Máquinas de Guerra: A História da História como um estudo das relações de forças com breves apontamentos sobre a Escola Histórica Alemã e a Escola dos Annales. História Revista, v. 17, n. 1, 2012, pp. 223 – 238.

BOURDIEU, Pierre. Le champ scientifique. Actes de la recherche en sciences sociales, v. 2, n°2-3, juin 1976. La production de l’idéologie dominante. pp. 88 - 104.

_____. Os Usos Sociais da Ciência. São Paulo: Editora UNESP, 2004.

CEZAR, Temístocles. Como deveria ser escrita a história do Brasil no século XIX: Ensaio de História intelectual. In: PESAVENTO, Sandra Jatahy. História Cultural: Experiências de Pesquisa. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2003.

DE ABREU, J. Capistrano. Necrológico de Francisco Adolfo de Varnhagen. In: NICOLAZZI, F. História e historiadores no Brasil: do fim do império ao alvorecer da República: c. 1870-1940. 1. ed. Porto Alegre: Editora da Puc/RS, 2015.

DE HOLANDA, Sérgio Buarque. O pensamento histórico no Brasil nos últimos cinquenta anos. In: PEREIRA, Mateus Henrique de Faria; SANTOS, Pedro Afonso Cristovão dos. Odisseias do conceito moderno de história: Necrológio de Francisco Adolfo de Varnhagen, de Capistrano de Abreu, e O Pensamento histórico no Brasil nos últimos cinquenta anos, de Sergio Buarque de Holanda, revisitados. São Paulo. Revista IEB, nº50, 2010, p. 27-78.

FRICKEL, Scott e GROSS, Neil. A General Theory of Scientific Intellectual Movements. American Sociological Review, v. 70, No. 2, 2005, pp. 204-232.

GUIMARÃES, Manoel L. Salgado. Nação e civilização nos Trópicos: O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Revista Estudos Históricos: São Paulo, p. 5-27. Jan. / jun. 1988.

_____. A cultura histórica oitocentista: a constituição de uma memória disciplinar. In: PESAVENTO, Sandra Jatahy. História Cultural: experiência de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003.

_____. Historiografia e cultura histórica: notas para um debate. Àgora: Santa Cruz, v.11.p.31-47, jan. /jun.2005.

_____. Entre as Luzes e o Romantismo: As Tensões da Escrita da História no Brasil Oitocentista. In: Estudos Sobre a escrita da história. Rio de Janeiro: 7letras, 2006.

KUHN, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva, 2006.

LAPA, José Roberto do Amaral. A Historiografia Brasileira Contemporânea: A História em Questão. Editora Vozes: Petrópolis, 1981.

NICOLAZZI, F. História e historiadores no Brasil: do fim do império ao alvorecer da República: c. 1870-1940. 1. ed. Porto Alegre: Editora da Puc/RS, 2015.

PEREIRA, Mateus Henrique de Faria; SANTOS, Pedro Afonso Cristovão dos. Odisseias do conceito moderno de história: Necrológio de Francisco Adolfo de Varnhagen, de Capistrano de Abreu, e O Pensamento histórico no Brasil nos últimos cinquenta anos, de Sergio Buarque de Holanda, revisitados. São Paulo. Revista IEB, nº50, 2010.

RODRIGUES, José Honório. História da História do Brasil: a historiografia colonial. São Paulo: Companhia Nacional, 1979.

TURIN, Rodrigo. História da Historiografia e memória disciplinar: reflexões sobre um gênero. Ouro Preto. Revista de História da Historiografia. Nº13. Dezembro, p.75-98, 2013.

 

Coordenadores:

Antonio Paulo Benatte – Doutor em História (UEPG)

Cesar Leonardo Van Kan Saad – Doutorando em História (UFMG)

Jéssica Cabral – Mestranda em História (UFPR)

Miguel Kancelskis Drigo – Mestrando em História (UFPR)

Robson Bertasso – Mestrando em História (UFPR)

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