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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS | APROVADOS

ST 1: História e Linguagens: literatura, teoria e ficção

 

Ementa:

A aproximação entre a história e a literatura insere-se num movimento de ampliação dos objetos e aportes teórico-metodológicos constitutivos da “operação historiográfica” (sobretudo após o linguistic turn na década de 1970), e abarca um complexo de textos e de suportes múltiplos, em uma interação incessante com circunstâncias de circulação cultural e apropriação, promovidas por agentes e instituições que lhes conferem sentido. Este simpósio temático visa abarcar pesquisas que se detenham sobre uma infinidade de questionamentos acerca das interações entre a história e a literatura ficcional: podemos falar em uma história como ficção e uma ficção como história? As investigações e estatutos próprios do fazer historiográfico são exclusivos ou compartilhados com o fazer literário? Em que medida a história responde às questões da literatura e a literatura responde às questões da história? Como a literatura pode ser tomada enquanto fonte para o estudo crítico das razões e sensibilidades, dos imaginários sociais do tempo pretérito? Sob esta perspectiva, o simpósio temático intenciona integrar pesquisas que lidam com dois eixos centrais: 1) a análise da dimensão histórica das linguagens literárias, a partir de relações simbióticas entre textos e contextos de produção intelectual; 2) o estudo e problematização teórica dos elementos literários constitutivos da escrita da história, bem como o lugar das ficções na construção das culturas históricas.São contemplados, em especial, trabalhos que dialoguem com o lugar da literatura na interpretação da experiência humana no tempo, articulado a condições políticas, sociais e culturais dos sujeitos históricos que compõem o mundo letrado (autores, leitores, editores, livreiros, etc.), alinhados à ideia apresentada pelo teórico Luiz Costa Lima de que “a ficção abrange todo artefato mental que produz sentido”, e, “mais do que construções, as ficções são construções seminais, respostas básicas à necessidade humana de descobrir um sentido para a sua história” (1989: 73). Esses e outros questionamentos compõem o debate proposto no simpósio temático História e Linguagens, no afã de articular conceitos e teorias da história e dos estudos literários para promover discussões interdisciplinares que possam contribuir com a ampliação desses campos de estudos e investigação, em especial, com o benefício imediato de uma produção histórica mais plural, crítica e consciente dos seus próprios processos de elaboração.

 

Referências bibliográficas:

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_____________. História. Ficção. Literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

_____________. O controle do imaginário & A afirmação do romance. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

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PERKOWSKA, M. Historias híbridas: la nueva novela histórica latino americana (1985-2000) ante las teorias posmodernas de la historia. Madrid/Frankfurt: Iberoamericana/Vervuert, 2008.

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SARAMAGO, José. A história como ficção, a ficção como história. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, SC: EDUFSC, n. 27, abr. 2000. p. 09-17.

VASCONCELOS, J. A. Quem tem medo de teoria? A ameaça pós-moderna na historiografia americana. São Paulo: Annablume; Fapesp, 2005. VEYNE, P. Como se escreve a história. Brasília: Editora UNB, 1998.

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_____________. Trópicos do Discurso: Ensaio sobre a Crítica da Cultura. Tradução de Alípio Correia de Franca Neto. 2ª ed. 1ª reimpr. São Paulo, Editora da USP, 2014.

_____________. The Content of the Form: Narrative Discourse and Historical Representation. Baltimore and London: The Johns Hopkins University Press, 1987.

 

Coordenadores:

Everton de Oliveira Moraes – Doutor em História (UFPR)

Evander Ruthieri da Silva – Doutorando em História (UFPR)

Tairon Villi Neves da Silva – Doutorando em História (UFPR)

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ST 2: Crises da e na História

 

Ementa:

Este Simpósio Temático se propõe a discutir temas relativos ao que definimos com crises na história, as quais são impactantes também nas operações e relações de produção dos saberes. Assim, destacamos os efeitos das crises para a ciência histórica e procuramos refletir também sobre o papel da universidade como lugar de produção e reflexão intelectual. Papel que, atualmente, passa por um contínuo processo de desestabilização. Desta forma, serão bem-vindas contribuições com abordagens e teorias plurais que discutam gestos revisionistas e negacionistas em relação ao passado (RANCIÈRE, 1994); problematizem a (im)possibilidade de manutenção da separação entre “história humana” e “história natural” diante das mudanças planetárias provocadas por ações antropomórficas (CHAKRABARTY, 2000); que reflitam sobre a desvinculação entre  desenvolvimento científico e tecnológico e bem estar social (FEYERABEND, 2011); abordem noções de verdade e formas jurídicas (FOUCAULT, 2003; AGAMBEN, 2002); reflitam acerca do problema dos arquivos e das humanidades na era digital (DERRIDA, 2001; NICODEMO, 2018); pensem a respeito dos novos regimes de leitura advindos das redes sociais; entre outros. Em suma, estudos que problematizem vários dos elementos constitutivos daquilo que François Hartog (2013) denominou como presentismo, um movimento que nos alijaria do passado, colapsando no presente a noção de um futuro possível. Tal clima crítico foi antevisto há pelo menos 30 anos pelo famoso editorial da Annales Economies, sociétés, civilisations (1988), no qual os editores defendiam a necessidade de um tournant critique e do estabelecimento de novas metodologias e alianças para historiadores. Mesmo longe de assumir as propostas dos historiadores dos Annales de forma acrítica, precisamos reconhecer a necessidade de uma profunda reflexão a respeito do fazer historiográfico frente à generalização de colapsos e tensões nos mais variados âmbitos da vida. Portanto, conforme se anuncia em seu título, a categoria central deste Simpósio Temático é a de crise, congregando propostas de comunicação com este tema. Deste modo, consideramos primordial o debate interdisciplinar, tendo em vista as amplas possibilidades de abordagem para o assunto proposto.

 

Referências bibliográficas:

AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: UFMG, 2002.

ANNALES. ECONOMIES, SOCIÉTÉS, CIVILISATIONS. Histoire et sciences sociales. Un tournant critique ?”. Annales. Economies, sociétés, civilisations. 43ᵉ année, N. 2, 1988. p. 291-293.

CHAKRABARTY, Dipesh. “O clima da História: quatro teses”. (Publicado originalmente em Critical Inquiry, 35 (2009)), in Sopro 91, Florianópolis: Cultura e Barbárie, jul, 2013

DERRIDA, Jacques. Mal de Arquivo - Uma impressão freudiana. Trad.: Cláudia de Moraes Rego. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.

FEYERABEND, Paul. Contra o Metódo. Trad.: Cezar Augusto Mortari, São Paulo: Ed. Unesp, 2011

FOUCAULT, Michel.. A ordem do Discurso – aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Edições Loyola, 2009.

_______. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: NAU, 2003.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiência do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

NICODEMO, Thiago Lima; IUMATTI, P. T. Arquivos pessoais e a escrita da história no Brasil: um balanço crítico. REVISTA BRASILEIRA DE HISTÓRIA (ONLINE), v. 38, p. 97-120, 2018.

RANCIÈRE, Jacques. O ódio à Democracia. São Paulo: Boitempo Editorial, 2014.

_______. Os nomes da história – Um ensaio de poética do saber. São Paulo: Educ/Pontes, 1994.

 

Coordenadores:

Alice Fernandes Freyesleben – Doutoranda em História (UFPR)

Luiz Alexandre Pinheiro Kosteczka – Doutorando em História (UFPR)

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ST 3: Imagem e História: usos, sentidos e conflitos

 

Ementa:

A presença plural, acessível e massiva de imagens desde o século XX tem exigido o fomento de novas reflexões e proposições acerca das formas visuais de significar, exprimir e representar. Portanto, a demanda pelo estudo imagético se mostra cada vez mais essencial na teorização contemporânea dos estudos históricos e das humanidades em geral. Em verdade, no tocante à imagem, há muitos conflitos ainda por apaziguar, entre eles, por exemplo, as expressões simplistas latentes no meio virtual – evidenciadas no uso de memes para a circulação de Fake News – assim como o uso tradicionalmente ilustrativo, esvaziado e negligente dessas fontes imagéticas no meio acadêmico. Desse modo, na esteira do que propõe Mauad (2014), é imprescindível que a imagem deixe o âmbito exclusivamente temático e seja assumida como elemento central da historicidade. Ou seja, para além de seu uso como objeto de análise, a imagem seria tomada no âmbito da elucidação dos processos de circulação envolvidos nas formas de expressão visual e percepção para desvelar fenômenos históricos ainda desconsiderados (WARBURG, 2015). Nessa ordem de ideias, o simpósio busca fomentar o diálogo de pesquisas que, em alguma medida versem sobre os usos e sentidos das imagens, pois, como afirma Alloa, “a múltipla proliferação de imagens no mundo contemporâneo parece – e esse é seu paradoxo – inversamente proporcional à nossa faculdade de dizer com exatidão ao que elas correspondem” (2015, p.7). Ademais, diante de uma imagem, segundo Didi-Huberman, o olhar não se reduziria tão somente a ações de discernir e reconhecer para simplesmente nomear o que se vê, mas permitiria a partir do que está visível, legível ou até mesmo invisível atuar “constantemente nos entrelaçamentos ou mesmo no imbróglio de saberes transmitidos e deslocados, de não-saberes produzidos e transformados” (2013, p.23). A produção, assim, dos saberes que decorrem da análise das imagens é ampla, o que permite inúmeras abordagens especialmente no campo da História, tendo em vista o crescente número de pesquisas que têm na imagem seu objeto de estudo. Com a finalidade, portanto, de expandir e repensar este estatuto das imagens no campo historiográfico, a proposta contemplará trabalhos sobre diferentes contextos, suportes, mídias, arquivos e dispositivos – sejam bidimensionais, tridimensionais, conceituais, midiáticos, técnicos, entre outros – relacionados à cultura visual e suas dimensões científicas, culturais, políticas, estéticas e sociais.

 

Referências bibliográficas:

AGAMBEN, Giorgio. Ninfas. São Paulo: Hedra, 2012.

ALLOA, Emmanuel (Org). Pensar a imagem. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

AUMONT, Jacques. A imagem. São Paulo: Papirus, 2012.

BELTING, Hans. Antropologia da imagem. Lisboa, KKYM, 2014.

BURKE, Peter. Testemunha ocular. Bauru: Edusc, 2004.

CRARY, Jonathan. Técnicas do observador. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

CRARY, Jonathan. Suspenções da percepção. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Diante da imagem. São Paulo: 34, 2013.

LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas: Unicamp, 2013.

MAUAD, Ana Maria. Como nascem as imagens? Um estudo de História Visual.

História: Questões e Debates. Curitiba, UFPR, no61, 2014.

MICHAUD, Philippe-Alain. Aby Warburg e a imagem em movimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.

RANCIÈRE, Jacques. O destino das imagens. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

WARBURG, Aby. Histórias de fantasmas para gente grande. São Paulo: Cia das Letras, 2015.

XAVIER, Ismail. O discurso cinematográfico. São Paulo: Paz e Terra, 2005.

XAVIER, Ismail. Alegorias do subdesenvolvimento. São Paulo: Cosac Naify, 2012.

 

Coordenadores:

Giovana Terezinha Simão – Doutora em Sociologia (UNESPAR – EMBAP)

Larissa Guedes Busnardo – Doutoranda em História (UFPR)

Guilherme Ieger Dobrychtop – Doutorando em História (UFPR)

Noemia Paula Fontanela de Moura Cordeiro – Mestre em História (UFPR)

João Pedro Garcez – Mestrando em História (UFPR)

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ST 4: Idade Média: passado e perspectivas historiográficas

 

Ementa:

A renovação historiográfica experimentada ao longo do século XX foi caracterizada pela multiplicação das tipologias documentais e os diálogos com outros campos das Ciências, marcadamente das Humanas. As novas abordagens metodológicas possibilitaram novas problemáticas e convidaram os pesquisadores a revisitar a Idade Média, refutando a compreensão sombria aplicada pelos renascentistas e iluministas ao período, examinando os homens do passado a partir de seus próprios olhares, buscando os elementos singulares do medievo. No entanto, apesar dos esforços dos medievalistas, não se inibiu o uso anacrônico do passado, constatados nas mais diversas manifestações contemporâneas, desde a indústria do entretenimento e audiovisual, passando pelos discursos políticos e chegando mesmo aos debates sobre a importância dos estudos medievais no Brasil e sua pertinência como tema de ensino. Diante desse quadro, esse Simpósio Temático propõe um espaço de debate que busque explorar essa miríade de pesquisas realizada por profissionais dedicados a investigar e compreender as relações sociais, políticas, econômicas, religiosas e culturais das mais diversas formações humanas presentes no âmbito do Ocidente Latino, do Oriente medieval e da África entre os séculos V ao XV e sua importância no âmbito das humanidades.

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Referências Bibliográficas:

BASCHET, Jérôme. A civilização feudal: do ano mil à colonização da América. São Paulo: Globo, 2006.

FERNANDES, Fátima Regina (Coord.) Identidades e Fronteiras no Medievo Ibérico. Curitiba: Editora Juruá, 2013. GUIMARÃES, Marcella Lopes. Capítulos de História: o trabalho com fontes. Curitiba: Aymará Educação, 2012.

LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude (Org.) Dicionário Temático do Ocidente Medieval (2vol.) Bauru-SP: Editora Unesp, 2017.

LE GOFF, Jacques. Para um outra Idade Média: tempo, trabalho e cultura no Ocidente. Petrópolis: Vozes, 2013. ROSA, Maria de Lurdes. Fazer e pensar a história medieval hoje: guia de estudo, investigação e docência. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2017.

RUCQUOI, Adeline. História Medieval da Península Ibérica. Trad. Ana Moura. Lisboa: Editorial Estampa, 1995.

 

Coordenadores:

Carlos Eduardo Zlatic – Doutor em História (UFPR)

Mateus Sokolowski – Doutorando em História (UFPR)

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ST 5: Violência, contraviolência e crueldade na contemporaneidade

 

Ementa:

Este simpósio temático apresenta como proposta discutir as concepções de violência, contraviolência e crueldade no mundo contemporâneo. Tomamos por base as discussões e intuições teóricas desenvolvidas por Étienne Balibar a respeito do termo Gewalt; expressão que oscila entre poder e violência,  ao considerar a existência de uma “economia da violência”  que consiste em uma “primeira violência” exercida pelo poder (onde se emprega também o termo crueldade), uma “contraviolência” em resposta a primeira e “níveis de violência” que não gravitam ao redor do poder e contrapoder (BALIBAR, 2008). Sendo assim, o simpósio busca acolher pesquisas consolidadas ou em desenvolvimento que discutam violações dos direitos humanos, exílios, migrações, refúgios, conflitos armados e simbólicos ou justiças de transição relacionadas ao confronto com um passado de repressão e que possuam relações com a violência, contraviolência ou crueldade em períodos ditatoriais ou democráticos.

 

Referências Bibliográficas:

AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. Tradução Iraci D. Poleti. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2004

BALIBAR, Étienne. Violencia: Idealidad y crueldade. In: Polis Revista Latinoamericana, Santiago, n 19, 2008.

CALVEIRO, Pilar. Poder e desaparecimento. Tradução Fernando Correa Prado. 1.ed. São Paulo: Boitempo, 2013.

GINZBURG, Jaime. Crítica em tempos de violência. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012.

POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Tradução de Dora Rocha Flaksmann. Estudos históricos. Rio de Janeiro, vol. 2. n. 1, 1989.

RICOUER, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Ed. Unicamp, 2007.

ROLLEMBERG, Denise. Exílio: Entre Raízes e Radares. Rio de Janeiro: Record, 1999.

SAID, Edward. Reflexões sobre o exílio e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

SASSEN, Saskia. Expulsões. Brutalidade e complexidade na economia global. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.

 

Coordenadores:

Marcos Gonçalves – Doutor em História (UFPR)

Caroline Gonzaga – Mestranda em História (UFPR)

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ST 6: Identidades e culturas indígenas: diálogos interdisciplinares

 

Ementa:

O Simpósio Temático pretende reunir pesquisadores indígenas e não-indígenas que trabalham com a questão indígena nas Américas, tendo em vista a análise da relação entre cultura e etnicidade. O objetivo central é a discussão de pesquisas que, situadas em distintas temporalidades e regiões geográficas da América, versam sobre temáticas indígenas ou estudos relacionados aos povos indígenas. Serão bem-vindos no nosso simpósio resultados de pesquisas, ou pesquisas em andamento, documentais na área de História, pesquisas de campo nas áreas de Antropologia, Arqueologia e Educação, dentre outras áreas afins. Nosso simpósio também será bem receptivo com os professores e as professoras das redes particulares ou públicas que tenham interesse de apresentar as suas pesquisas realizadas em sala de aula sobre a temática indígena. Dentro das ciências humanas vários autores que trabalham com a relação entre identidade e cultura. No livro o Guru, o iniciador e outras variações o antropólogo Fredrik Barth (2000, p. 34), diz que a etnicidade se define na fronteira com o outro. Outro autor que vem discutir conceitos como cultura e etnicidade em espaços de fronteira é Nestor Garcia-Canclini, o qual entende esses conceitos enquanto processos de hibridação (GARCIA-CANCLINI, 2013). Segundo o autor (GRUZINSKI, 2001, p. 63), o processo de mestiçagem desencadeado pela conquista da América não pode ser entendido meramente como um fenômeno cultural. Gruzinski utiliza como exemplo uma percepção na alteração da percepção do tempo pelos nativos mexicanos: “A chegada dos espanhóis e a abolição das grandes festas proibidas, assim como foi proibido o sacrifício humano, ou, doravante, irrealizáveis por falta de homens, recursos e liberdade de ação - mergulharam as massas indígenas num vazio crescente. Em poucos anos, elas se viram privadas dos meios de marcar a passagem do tempo e de exercer sobre ele uma influência qualquer. O Tempo - ou, mais exatamente, o que lhe correspondia entre os índios - se pulverizava” (GRUZINSKI, 2001, p. 71-2). Nesse sentido, tendo em vista as premissas dos autores citados, o Simpósio Temático proposto busca congregar diversas visões sobre a relação entre etnicidade e cultura, por meio da discussão de pesquisas acadêmicas realizadas por indígenas e não-indígenas com foco em temas relacionados à questão indígena nas Américas.

 

Referências Bibliográficas:

BARTH, Fredrik. “Grupos étnicos e suas fronteiras”. In.: O Guru, o Iniciador e Outras Variações Antropológicas . Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria. 2000, p. 34.

palavras-chave: fronteiras.

CANCLINI-GARCIA, Nestor. Culturas Híbridas: Estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013.

CUNHA, Manuela Carneiro da. Introdução a uma história indígena. In: Carneiro da Cunha, Manuela. (Org). História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

CUNHA, Manuela Carneiro da Cunha. Cultura com aspas. Ubu Editora, 2018.

GARCIA, Elisa Frühauf. As diversas formas de ser índio: políticas indígenas e políticas indigenistas no extremo sul da América portuguesa. Arquivo Nacional, 2009.

GRUZINSKI, Serge. A colonização do imaginário: sociedades indígenas e ocidentalização no México espanhol. Séculos XVI-XVIII. São Paulo: Cia. das Letras, 2003.

GRUZINSKI, Serge. O pensamento mestiço. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

MARCHIORO, Marcio. Questão indígena no Brasil. Curitiba: Intersaberes, 2018.

MONTEIRO, John Manuel. Negros da terra. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A Inconstância da Alma Selvagem. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

 

Coordenadores:

Maria Claudia Gorges – Doutoranda em Tecnologia e Sociedade (UTFPR)

Florencio Rekayg Fernandes – Doutorando em Antropologia (UFPR)

Patrick Leando Baptista – Doutorando em História (UFPR)

Marcio Marchioro – Mestre em História (UFPR)

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ST 7: Religiões e Religiosidades na História

 

Ementa:

Este Simpósio Temático busca reunir trabalhos que abordem em suas mais variadas facetas e campos de estudo, a relação entre História e as diversas religiões e religiosidades, tanto no passado, quanto na contemporaneidade. O ST irá receber comunicações que tenham a preocupação de perceber de que forma as religiões se organizam, legitimam e transformam a partir de seus praticantes, do trabalho dos intelectuais, das propostas dos seus representantes institucionais, das representações daqueles que legitimam ou deslegitimam as religiões e religiosos, das interações do sagrado com as questões socioculturais - como a mídia, por exemplo - e das suas práticas a partir das manifestações culturais.  O ST se propõe analisar as religiões e religiosidades procurando perceber os discursos que as constituem e normatizam suas práticas, as representações coletivas que produzem sentidos, imagens e conflitos, a sua relação com as fontes históricas e suas respectivas particularidades e necessidades teórico-metodológicas.

 

Referências Bibliográficas:

AGNOLIN, Adone. História das religiões: perspectiva histórico-comparativa. São Paulo: Paulinas, 2013.

BELLOTTI, K. K.; CUNHA, M. DO N. (Org.). Mídia, religião e cultura: percepções e tendências em perspectiva global. Curitiba: Prismas, 2016.

BELLOTTI, K. K. História das religiões: conceitos e debates na era contemporânea. História: Questões & Debates, v. 55, p. 13–42, dez. 2011.

BENATTE, A. P. A história cultural das religiões: contribuição a um debate historiográfico. In: ALMEIDA, N. de B.; SILVA, E. M. (Org.). Missão e pregação: a comunicação religiosa entre a história da igreja e a história da religião. São Paulo: Fap-Unifesp, 2014.

CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.

CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Algés: DIFEL, 2002.

MARANHÃO FILHO, Eduardo M. de A. (Org.). (Re)conhecendo o sagrado: reflexões teórico-metodológicas dos estudos de religiões e religiosidades. São Paulo: Fonte Editorial, 2013.

MASSENZIO, M. A história das religiões na cultura moderna. São Paulo: Hedra, 2005.

MOREIRA, A. da S.; LEMOS, C. T.; QUADROS, E. de G. (Org.). A religião na mídia e a mídia na religião. Goiânia: Gráfica e Editora América, 2012.

 

Coordenadores:

Leon Adan Gutierrez de Carvalho – Doutorando em História (UFPR)

Matheus Machado Vieira – Doutorando em História (UFPR)

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ST 8: Do Misticismo Medieval ao Terror da Contemporaneidade: As marcas de um Oriente representado, porém desconhecido

 

Ementa:

Quando pensamos na temática das representações, a partir da nova história cultural, aproximamos nossa análise da percepção de Chartier (2002), que afirma que não existem discursos neutros, ou seja, que cada representação construída sobre o outro está imbuída de um significado, uma tendência, possuindo assim um objetivo especifico. Foi assim, como Edward Said (2007) afirma, o Oriente tornou-se a representação de todo o conjunto de coisas que o Ocidente não é, de tal forma podemos perceber é uma má representação, através da cultura popular. O objetivo desse simpósio é o de debater pesquisas e possibilidades de abordagens referentes a um conjunto cultural deixado de lado, muitas vezes, pela historiografia “ocidental”, bem como aproximar pesquisadores e estudantes que tenham como seu recorte temático as populações oriundas de um Oriente amplo e complexo. Ao se propor uma temporalidade ampla quer se por em foco as diferentes abordagens referentes ao assunto, permitindo-se a compreensão do conceito de mito político. Tal conceito está baseado no imaginário da crença sobre determinados elementos culturais que foram exagerados em sua formação, permitindo que o debate volte-se para questões de manutenção, exploração e redefinição de representações. Tomando como exemplo o estudo relativo à cultura muçulmana defende-se que uma ampla temporalidade, no sentido dessa permitir um maior diálogo entre diferentes autores e teóricos, com os proponentes. Ao analisarmos a escrita de teóricos católicos, sobre a formação do Islã como o grande inimigo do Ocidente no século IX, podemos perceber que suas palavras são repetidas por autores que apresentam o Islã como um grande inimigo, como, por exemplo, Francis Fukuyama e Salman Rushied. A defesa para a organização desse simpósio está baseada no fato de que as construções representativas que a história apresenta fazem com que seja necessário pensa-la como volátil, tendo em vista que o transforma a escrita da história é a motivação de seus autores, suas visões e questionamentos – e assim como não existe uma verdade absoluta, não ocorrerão problemáticas idênticas. Soma-se a compreensão da necessidade de ampliarmos estudos quanto ao outro, o diferente, é essencial para que possamos desenvolver uma história ampla, porém constantemente subjetiva e incompleta – tendo em vista que jamais poderemos compreender o todo – apenas seguir buscando por visões que quebrem estereótipos e desenvolvam-se contra os absolutos impostos pelos primeiros “cientistas históricos”. É parte integrante do papel do historiador dar voz a figuras que foram construídas sem serem ouvidas – torna-se necessária uma narrativa que permita que aqueles que são os objetos e agentes da história possam ser compreendidos “como um todo”, e que, principalmente, consigam ser percebidos para além de apenas uma perspectiva reducionista.

 

Referências Bibliográficas:

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CHARTIER, R. À Beira da Falésia: A História entre Certezas e Inquietude. Tradução de Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002.

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Coordenador:

Augusto Machado Rocha – Mestrando em História (UFSM)

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ST9: História Ambiental Global: diálogos e perspectivas

 

Ementa:

Nos últimos anos, a emergência dos campos da História Ambiental e da História Global têm trazido novos desafios para a escrita da História, proporcionando novas questões sobre escalas, periodicidades e espacialidades. De um modo geral, a abordagem da História Ambiental permitiu perceber como as sociedades humanas e não humanas interagem, se transformam e modificam em diferentes espaços e temporalidades. Assim, ao compreender a dimensão ambiental este campo possibilitou a inserção de novos atores na escrita da história, propiciando uma perspectiva mais complexa das sociedades humanas. Por outro lado, a História Global surgiu da necessidade de desafiar dois elementos tradicionais da escrita da história: o eurocentrismo e o papel do Estado-nação. Para isso, historiadores globais têm analisado a história das trocas e relações, ao interpretar que nenhuma sociedade vive isolada e elabora suas conexões; mas também, as integrações, mapeando como diferentes coletividades humanas se integraram ou não a partir de processos históricos em comum nas mais distintas escalas. Dessa forma, compreender as diferentes formas de conexões entre a História Ambiental e Global possibilita análises socioambientais que transpõem os limites dos Estados-nação e das espacialidades tradicionais da historiografia. Por isso, este simpósio visa reunir pesquisas científicas que abordam as concepções, atitudes e atividades humanas na transformação dos ambientes, bem como dos ambientes nas sociedades humanas, perpassando pelas transformações históricas de paisagens, sejam elas florestais, rurais e/ou da mineração e seus impactos em diferentes níveis e escalas, igualmente das percepções e imaginários sobre a natureza.

 

Referências Bibliográficas:

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Coordenadores:

Débora Nunes de Sá – Doutoranda em História (UFSC)

Darlan Damasceno – Doutorando em História (UFSC)

João Davi Oliveira Minuzzi – Doutorando em História (UFSC)

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ST 10: Conflitos e vivências negras na perspectiva da História do Tempo Presente

 

Ementa:

Esta proposta de simpósio temático visa reunir pesquisas acadêmicas que discutam as mais variadas histórias e memórias da população negra no Brasil, bem como a História da África e suas conexões afro-diaspóricas, abordando os conflitos vividos pela população negra numa perspectiva macro (Internacional e Nacional), ou micro (Regional e Local), na esteira da História do Tempo Presente. Neste simpósio, a palavra negro é utilizada a partir das reflexões teóricas de Cuti (2010), considerando que “a palavra lembra e faz lembrar questões que a sociedade brasileira precisa superar, então é ela, a palavra “negro”, que precisamos empregar.” (CUTI, 2010, p. 11). Busca-se por meio das experiências negras abarcar produções que evidenciem conflitos territoriais e identitários, rurais e urbanos. As discussões propostas por este Seminário Temático têm como objetivo priorizar assuntos atuais que transitem pelo campo das disputas de memórias e narrativas acerca da população negra, inclusive no âmbito das Interseccionalidades: raça, gênero, classe e sexualidade. A História do Tempo Presente “está na intersecção do presente e da longa duração” (DOSSE, 2012, p. 6). Nesta perspectiva, o “tempo presente” é formado por “estratos de tempo” que podem ser percebidos através das “experiências” dos sujeitos e dos “horizontes de expectativa” com relação ao futuro (KOSELLECK, 2014, p.13). É constituído por balizas móveis (FERREIRA, 2018, p. 86), os acontecimentos vivenciados, observados e narrados neste período histórico são marcados por processos não terminados e consequentemente com análises pautadas em desafios teóricos e metodológicos semelhantes quanto ao cânone do distanciamento e da relação com os testemunhos ou com os respectivos objetos de pesquisa. Nesta ótica, a então proposta de Seminário almeja integrar discussões, acerca de trabalhos que se debruçam sobre estudos de valorização de identidades negras, estratégias de combate à luta anti-racista, implementação de políticas de ações afirmativas para sujeitos negros, bem como pelo interesse na recuperação de políticas de patrimonialização e de preservação de suas memórias coletivas e individuais, pois acredita-se que tais campos de pesquisas podem fazer a diferença no tempo presente, valorizando atores sociais até então invisibilizados.

 

Referências Bibliográficas:

CUTI, Luiz Silva. Quem tem medo da palavra negro. Revista Matriz: uma revista da arte negra, Porto Alegre, nov. 2010. Disponível em: <http://www.sedes.org.br/Departamentos/Psicanalise/pdf/quemtemmedodapalavranegro_cuti.pdf> Acesso em 09 jul. 2019.

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Coordenadores:

Merylin Ricieli dos Santos – Doutoranda em História (UDESC)

Fernanda Lucas Santiago – Mestranda em História (UDESC)

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ST 11: Usos da temporalidade e do passado: história, historiografia e memória

 

Ementa:

A conjuntura historiográfica contemporânea é marcada por uma “multiplicidade de vozes” sobre o passado. Nestas circunstâncias, a historiografia tem enfrentado a questão sobre como poderia atuar em um tempo em que não mais detém o monopólio explicativo acerca do passado e muito menos do presente (CEZAR, 2018), o que leva, em muitos casos, ao questionamento da própria autoridade do historiador (MALERBA, 2017). Este fenômeno seria fruto de uma ampliação das condições de se aprender e produzir história no início do século XXI, estreitamente ligado as mais recentes transformações tecnológicas e a uma relativa abertura dos espaços oficiais de saber (por meio de políticas de ação afirmativa) a grupos subalternos que deles foram historicamente excluídos. Uma das características mais significativas desse fenômeno é que tanto no espaço universitário como também no virtual emerge uma crítica contundente à representatividade (em termos políticos e cognitivos) dos saberes, epistemologias e institucionalidades oficiais, do caráter supostamente universal da historiografia disciplinar e do moderno conceito de história que a sustenta (ARAÚJO, 2017). Assim, a contestação dos limites dos singulares coletivos herdados da modernidade para se compreender experiências não-europeias ou de grupos subalternos faz o século XXI desdobrar-se como uma época de pluralizações (HARTOG, 2017). Tendo em vista a diversidade de usos da história na sociedade contemporânea, este simpósio temático tem por objetivo construir um espaço de discussão sobre as mais variadas formas de se apreender o passado ao longo do tempo e do espaço. O simpósio, assim, abrange pesquisas que abordem textos historiográficos (e não propriamente historiográficos), focando tanto na operação que os produziu, como na sua edição, circulação, reprodução, recepção e crítica, seja evidenciando a pluralidade do discurso histórico antigo/moderno, seja apontando para outras formas de saber que assentem suas narrativas sobre o passado em outras noções de tempo. A discussão, portanto, também se amplia para formas de se gerir e lidar com o passado (discursos, ações e políticas de memória) que correspondem a urgências e necessidades de ressarcimento, justiça e reconhecimento (RUFER, 2014).

Com estas idas e vindas pelas determinações espaciais e temporais, este simpósio temático tem a pretensão de propor uma reflexão sobre a dissonância de narrativas históricas em nossa contemporaneidade. Cremos que assim se poderá debater sobre as potencialidades emancipatórias de nossa conjuntura historiográfica (em contraste com toda sorte de negacionismos e revisionismos que também assolam a esfera pública) (ÁVILA, 2019), de modo a se pensar em outros fundamentos possíveis para a historiografia, para melhor situá-la em uma condição que não foi a de sua “origem” (aquela que a tornou possível), tornando-a mais legítima em nosso tempo e mais libertadora do nosso tempo.

 

Referências Bibliográficas:

ARAÚJO, Valdei. O Direito à História: O(A) Historiador(a) como Curador(a) de uma experiência histórica socialmente distribuída. In: Géssica Guimarães, Leonardo Bruno, Rodrigo Perez. Conversas sobre o Brasil: ensaios de crítica histórica. Rio de Janeiro: Autografia, 2017, p.214; p.207.

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CEZAR, Temístocles. O que fabrica o historiador quando faz história, hoje? Ensaio sobre a crença na história (Brasil séculos XIX-XXI). Rev. antropol. (São Paulo, Online) | v. 61 n. 2: 78-95 | USP, 2018

RIBEIRO, Djamila. Lugar de fala. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

HARTOG, François. Crer em história. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.

MALERBA, Jurandir. Os historiadores e seus públicos: desafios ao conhecimento histórico na era digital. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 37, nº 74, 2017.

RUFER, Mario. Memoria y politica: Anacronismos, montajes y usos de la temporalidade en las producciones de historia. In: ROZAT, Guy; TOMP, Rosa Elba Rodriguez; RUFER, Mario et al. (Orgs.). Historia, memoria y sus lugares: lecturas sobre la construcción del pasado y la nación em México. Mexicali, Baja California: UABC, Instituto de Investigaciones Culturales – Mueso, 2014.

 

Coordenadores:

Lívia Amarante Gallo – Doutoranda em História (UNISINOS)

Vicente da Silveira Detoni – Mestrando em História (UFRGS)

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ST 12: Memórias, Trajetórias e Biografias: enfoques historiográficos e multidisciplinares

 

Ementa:

Das vidas exemplares aos fenômenos midiáticos, do relato literário ou jornalístico à análise historiográfica, das confissões íntimas às tentativas de auto-análise, a escrita biográfica e autobiográfica se apresenta como um rico campo de estudo. Em uma enumeração sobre as formas canônicas, inovadoras e novas do “espaço biográfico” listam-se biografias, autobiografias, memórias, testemunhos, histórias de vida, diários íntimos, correspondências, cadernos de notas, de viagens, rascunhos, lembranças de infância, autoficções, romances, filmes, vídeo e teatro autobiográficos, além de reality painting, registros biográficos de entrevistas midiáticas, conversas, retratos, perfis, anedotários, indiscrições, confissões próprias e alheias, velhas e novas variantes do show (talk show, reality show), a videopolítica, os relatos de vida das ciências sociais e as novas ênfases da pesquisa e da escrita acadêmicas, entre outras possibilidades em distintos suportes e diferentes formas. A amplitude do campo e o hibridismo de sua natureza origina paixões, censuras e tensões, e envolve práticas narrativas que envolvem a seleção, descrição e análise de uma trajetória individual a partir de variados enfoques e metodologias, ao mesmo tempo em que representam diferentes formas de controle simbólico do tempo e da individualização nas sociedades humanas, na busca de traduzir uma experiência de duração e estruturas imaginativas que relacionam uma vida e suas relações com a cultura na qual se insere tanto uma “vida póstuma” na qual mortos e vivos dialogam a partir das heranças dos primeiros e das carências dos segundos como a avaliação de um indivíduo de sua trajetória e de seu tempo. O campo biográfico como objeto de estudo permite a discussão sobre os vínculos sociais e históricos que se relacionam com a forma como o personagem teve sua obra e sua trajetória lembrada ou esquecida ao longo do tempo, sua vinculação com diferentes grupos e movimentos, a produção editorial, acadêmica e jornalística, o envolvimento de instituições, da promoção de diferentes eventos e de acontecimentos específicos, além de caracterizando-a como documento, mídia e manifestação política e cultural. Assim, o objetivo do presente simpósio é, portanto, possibilitar o encontro e o intercâmbio intelectual entre pesquisadores de diferentes áreas (História, Letras, Sociologia, Psicologia, etc.) sobre temas relacionados com o “espaço biográfico”, compreendido como um espaço amplo e privilegiado de abordagem multidisciplinar para o diálogo e a troca de experiências, informações e conhecimentos.

 

Referências Bibliográficas:

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SILVA, Wilton C. L. A vida, a obra, o que falta, o que sobra: memorial acadêmico, direitos e obrigações da escrita. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 7, n. 15, p. 103 - 136. maio./ago. 2015.

SILVA, Wilton C. L. Vida póstuma de um ilustre desconhecido: a construção biográfica de Clóvis Beviláqua (1859-1944). 2013, 457 p. Tese (Livre Docência em Métodos da Pesquisa Histórica) Faculdade de Ciências e Letras do Campus de Assis, Universidade Estadual Paulista, Assis, 2013.

SMITH, Sidonie. Performativity, Autobiographical Practice, Resistance. Auto/Biography Studies, p. 17-33, 1995.

SPENGEMANN, William Charles. The Forms of Autobiography. New Haven/London: Yale University Press, 1980.

SPIVAK, Gayatri. Explanation and Culture: Marginalia, In: In Other Worlds: Essays in Cultural Politics. New York: Methuen, 1987, p. 103–117.

STONE, Lawrence. The Revival of Narrative: Reflections on a New Old History, In: Past and Present: A Journal of Historical Studies, n. 85, p. 1–17, 1979.

WHITE, Hayden V.  Metahistory: The Historical Imagination in Nineteenth-Century Europe. Baltimore: Johns Hopkins UP, 1973.

WHITE, Hayden V. Literary Theory and Historical Writing, Figural Realism: Studies in the Mimesis Effect. Baltimore: Johns Hopkins UP, 1999. 1–27.

 

Coordenadores:

Wilton Carlos Lima da Silva – Doutor em História (UNESP)

Gilvani Alves de Araújo – Doutorando em História (UFPR)

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ST 13: “De Saffo, de Corinna, apar não ade”: A autoria feminina e as representações de mulheres na história e na literatura

 

Ementa:

Virginia Woolf, já no início do século XX, percebia a ausência de nomes femininos na História e, em especial, de uma tradição de literatura feminina. Já como personagens, são figura central de um grande número de textos de autoria masculina. A historiografia de gênero e a crítica literária feminista têm redescoberto nomes relevantes que foram apagados ou esquecidos devido a sua feminilidade, e a crítica literária tem analisado a imagem passada pelas personagens femininas retratadas em diferentes textos ao longo da história. A poetisa portuguesa Mariana Antónia Pimentel Maldonado, em seu Sonetto 9, lembra que "De Saffo, de Corina, apar não ade", e que assim não haveria como "Armania [Maldonado] entrar no Templo da Memória". Um nome feminino, para que figurasse na história ou marcasse a literatura, deveria ser extraordinário segundo os padrões masculinos. Assim como Maldonado muitas outras senhoras e meninas que escreveram suporem não fazerem parte da História, enquanto muitas vezes as mulheres foram representadas como figuras idealizadas, e inalcançáveis para mulheres reais, ao representarem aquilo que era o desejo e o imaginário masculino, não correspondendo a realidade feminina. Este simpósio tem como objetivo discutir textos escritos por mulheres, que tiveram ou não reconhecimento de seus contemporâneos, mas que demonstram o cotidiano e a sociedade que as cercava. Ao mesmo tempo, discutir as representações das mulheres ao longo da história através das personagens femininas que marcaram a história da literatura.

 

Referências Bibliográficas:

DUBY, Georges; PERROT, Michelle. História das mulheres no Ocidente. São Paulo: Edições Afrontamento, 1994.

GILBERT, Sandra; GUBAR, Susan. The madwoman in the Attic. The woman writer and the nineteenth-century literary imagination. New Haven: Yale University Press, 1984.

MOI, Toril. ‘«I am not a woman writer» About women, literature and feminist theory today’. In. Feminist Theory vol 9 (Los Angeles: Sage Publications, 2008), 259-271. Acesso via «http://www.torilmoi.com/wp-content/uploads/2009/09/259-271-095850-Moi.pdf».

_____. Sexual/Textual Politics: Feminist Literary Theory New York: Routledge, 1986.

PEDRO, Joana Maria; PINSKI, Carla Bassanezi. Nova história das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2012.

PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2007.

SCOTT, Joan. ‘Gênero: uma categoria útil de análise histórica’, in. Variações sobre sexo e género ed. de Ana Isabel Crespo et al. (Lisboa: Livros Horizonte. 2008).

SCPUN, Mônica Raisa (org.). Gênero sem Fronteiras. Florianópolis: Editora Mulheres, 1997.

SHOWALTER, Elaine. A literature of their own: From Charlotte Brontë to Doris Lessing. London: Virago, 1999.

SMITH, Bonnie G. Gênero e História: homens, mulheres e a prática histórica. Baurú: Edusc, 2003.

 

Coordenadoras:

Elen Bighelini – Doutora em História (Universidade de Coimbra)

Ana Luiza Mendes – Doutora em História (UFPR)

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ST 14: Estudos de gênero e subjetividade: entre a crítica e a epistemologia contemporânea

 

Ementa:

 

Influenciados por pós-estruturalistas como Michel Foucault e Julia Kristeva e culturalistas como Raymond Williams e Stuart Hall, a partir da década de 1970, historiadoras/res vêm se dedicando à desnaturalização de categorias universais como cultura, sujeito e poder. Assim, partindo destes debates e da concepção de que as produções culturais são reverberações e partes constituintes das múltiplas dimensões subjetivas e culturais dos indivíduos, este simpósio temático propõe uma discussão a respeito de tais práticas e sua relação com o gênero enquanto uma categoria de análise histórica. A proposta busca o diálogo entre pesquisadoras/es que operam com o conceito analítico de gênero em suas diferentes abordagens, objetos, recortes temporais e fontes para os estudos históricos. A finalidade é reunir pesquisas que se insiram e dialoguem com diferentes campos teóricos e metodológicos, como: História das Mulheres e das Masculinidades, Estudos de Gênero e Sexualidade, História Cultural, Estudos queer, História do Corpo, Estudos pós e decoloniais, Estudos Midiáticos, Crítica Feminista, Estudos Culturais e História da Religião e Religiosidades. Mais ainda, incluindo as questões de gênero e subjetividade que também permeiam o mundo por meio de diversas narrativas, fictícias ou não: literárias, fílmicas, médicas, científicas e jurídicas. Deste modo, este simpósio tem como objetivo reunir os mais diversos trabalhos que tratam destes temas, para que possamos ter uma visão mais ampla e complexa das relações de gênero da historiografia atual, e deste modo, contribuir para a superação das opressões e desigualdades em nosso próprio tempo.

 

Referências Bibliográficas:

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Editora Civilização. Brasileira, 2003.

EAGLETON, Terry. A idéia de cultura. Unesp, 2005.

DE LAURETIS, Teresa. Technologies of Gender: Essays on Theory, Film and Fiction. EUA: Indiana University Press, 1987.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: A vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.

HALL, Stuart. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Educação & realidade, v. 22, n. 2, p. 15-46, 1997.

_____. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de janeiro: DP&A, 2000.

MATOS, Maria Izilda Santos de. Por uma história das sensibilidades: em foco – a masculinidade. História Questões & Debates, Curitiba, n.34, p.45-63, 2001.

PEDRO, Joana M. Traduzindo o debate: o uso da categoria gênero na pesquisa histórica. Revista História. São Paulo: UNESP, v. 24, n. 1, 2005

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Disponível em http://www.archive.org/details/scott_gender. Acessado em 01 de julho de 2011.

_____. História das mulheres. In: (ORG) BURKE, Peter. A escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Unesp, 1992.

WILLIAMS, Raymond. Palavras-Chave: Um Vocabulário de Cultura e Sociedade. São Paulo: Boitempo, 2007.

_____. Cultura e Sociedade – de Coleridge a Orwell. São Paulo: Ed. Vozes.

 

Coordenadores:

Flora Morena Maria Martini de Araújo – Doutoranda (UFPR)

Gabriela Muller Larocca – Doutoranda (UFPR)

Lorena Pantaleão da Silva – Doutoranda (UFPR)

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ST 15: História da Historiografia: métodos, abordagens e possibilidades

 

Ementa:

Nas últimas décadas, o campo de estudos conhecido como História da Historiografia vem se fortalecendo e se consolidando no Brasil. Com novas revistas, sociedades e instituições, diversas pesquisas estão sendo realizadas nessa área tão polissêmica da História. Com isso, nosso simpósio pretende agregar os mais diferentes trabalhos que discorrem acerca da produção e da circulação dos saberes históricos e do fazer histórico. Além desses, pesquisas que versem sobre as regras, os conceitos, as abordagens, as fontes e outros enfoques do campo da História da Historiografia e da Teoria da História - campos de pesquisa que se interseccionam em diversos momentos - também são contemplados.

 

Referências Bibliográficas:

ARAUJO, V. L. Sobre o lugar da história da historiografia como disciplina autônoma. Juiz de Fora. Locus, v. 12, p. 79-94, 2006.

_____. História da Historiografia como analítica da historicidade. Ouro Preto. Revista de História da Historiografia, nº12, agosto, p.34-44, 2013.

BENTIVOGLIO, Júlio. Historiografia e Máquinas de Guerra: A História da História como um estudo das relações de forças com breves apontamentos sobre a Escola Histórica Alemã e a Escola dos Annales. História Revista, v. 17, n. 1, 2012, pp. 223 – 238.

BOURDIEU, Pierre. Le champ scientifique. Actes de la recherche en sciences sociales, v. 2, n°2-3, juin 1976. La production de l’idéologie dominante. pp. 88 - 104.

_____. Os Usos Sociais da Ciência. São Paulo: Editora UNESP, 2004.

CEZAR, Temístocles. Como deveria ser escrita a história do Brasil no século XIX: Ensaio de História intelectual. In: PESAVENTO, Sandra Jatahy. História Cultural: Experiências de Pesquisa. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2003.

DE ABREU, J. Capistrano. Necrológico de Francisco Adolfo de Varnhagen. In: NICOLAZZI, F. História e historiadores no Brasil: do fim do império ao alvorecer da República: c. 1870-1940. 1. ed. Porto Alegre: Editora da Puc/RS, 2015.

DE HOLANDA, Sérgio Buarque. O pensamento histórico no Brasil nos últimos cinquenta anos. In: PEREIRA, Mateus Henrique de Faria; SANTOS, Pedro Afonso Cristovão dos. Odisseias do conceito moderno de história: Necrológio de Francisco Adolfo de Varnhagen, de Capistrano de Abreu, e O Pensamento histórico no Brasil nos últimos cinquenta anos, de Sergio Buarque de Holanda, revisitados. São Paulo. Revista IEB, nº50, 2010, p. 27-78.

FRICKEL, Scott e GROSS, Neil. A General Theory of Scientific Intellectual Movements. American Sociological Review, v. 70, No. 2, 2005, pp. 204-232.

GUIMARÃES, Manoel L. Salgado. Nação e civilização nos Trópicos: O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Revista Estudos Históricos: São Paulo, p. 5-27. Jan. / jun. 1988.

_____. A cultura histórica oitocentista: a constituição de uma memória disciplinar. In: PESAVENTO, Sandra Jatahy. História Cultural: experiência de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003.

_____. Historiografia e cultura histórica: notas para um debate. Àgora: Santa Cruz, v.11.p.31-47, jan. /jun.2005.

_____. Entre as Luzes e o Romantismo: As Tensões da Escrita da História no Brasil Oitocentista. In: Estudos Sobre a escrita da história. Rio de Janeiro: 7letras, 2006.

KUHN, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva, 2006.

LAPA, José Roberto do Amaral. A Historiografia Brasileira Contemporânea: A História em Questão. Editora Vozes: Petrópolis, 1981.

NICOLAZZI, F. História e historiadores no Brasil: do fim do império ao alvorecer da República: c. 1870-1940. 1. ed. Porto Alegre: Editora da Puc/RS, 2015.

PEREIRA, Mateus Henrique de Faria; SANTOS, Pedro Afonso Cristovão dos. Odisseias do conceito moderno de história: Necrológio de Francisco Adolfo de Varnhagen, de Capistrano de Abreu, e O Pensamento histórico no Brasil nos últimos cinquenta anos, de Sergio Buarque de Holanda, revisitados. São Paulo. Revista IEB, nº50, 2010.

RODRIGUES, José Honório. História da História do Brasil: a historiografia colonial. São Paulo: Companhia Nacional, 1979.

TURIN, Rodrigo. História da Historiografia e memória disciplinar: reflexões sobre um gênero. Ouro Preto. Revista de História da Historiografia. Nº13. Dezembro, p.75-98, 2013.

 

Coordenadores:

Antonio Paulo Benatte – Doutor em História (UEPG)

Cesar Leonardo Van Kan Saad – Doutorando em História (UFMG)

Jéssica Cabral – Mestranda em História (UFPR)

Miguel Kancelskis Drigo – Mestrando em História (UFPR)

Robson Bertasso – Mestrando em História (UFPR)

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